domingo, 17 de agosto de 2014

velha e louca




Já faz um tempo em que eu me sinto assim: diferente. Questionando as coisas que era muiiito certas pra mim, revendo conceitos. Não sei, deve fazer parte do processo de virar adulto, gente grande.

Gente grande entende os outros, gente grande entende gente pequena também porque já foi "uma gente pequena". Gente grande dá risada com as amigas e sai pra comer batata-frita no sábado à tarde, chora em velório, ri por nada e por tudo também, gente grande escreve compulsivamente, gente grande ouve música diferente do que costumava ouvir mas também coloca repeat em algumas músicas especiais.

Às vezes é estranho pensar que já tenho 32 quando ainda me sinto com 17, mas também tem aqueles dias em que me sinto com 64. E aí que com 64 eu posso ser velha e louca, vestir o que eu quiser, falar (quase tudo) o que eu quiser e principalmente pensar o que eu quiser. E ver que muitos dos pensamentos que eu tinha aqui dentro eram de outras pessoas ou foram feitos por outras pessoas e agora eu posso ter meus próprios pensamentos e gostar de uma música com meu nome


Eu não mudei, eu só me encontrei.

sábado, 16 de agosto de 2014

uma fenda no tempo

Eu me lembro exatamente de um dia, uma tarde mais especificamente, em que eu e meu pai estávamos em um shopping (que até já fechou) e nós dois queríamos ir ao banheiro. Havia combinado com ele de nos encontrarmos na porta que levava aos banheiros e como ele demorou, lembro-me de olhar ansiosamente  para os lados e meu olhar cruzou com o de uma mulher.

Lembro-me de dizer pra ela "perdi o meu pai" e ela me respondeu: "cuide mesmo pois ele vai te fazer muita falta". 

Foram poucas as vezes na vida que recebi um conselho tão certo...

E essa memória vem me acompanhando por dias...